Blogue | 23 jun 2022

TOP 5 ÁRVORES TÍPICAS DO ALGARVE

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23 jun 2022

TOP 5 ÁRVORES TÍPICAS DO ALGARVE

As árvores têm um papel essencial no mundo, e para tal é necessário protegê-las. Em 1971, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, após uma recomendação do Congresso Florestal Mundial, atribuiu o dia 21 de março como o dia mundial da árvore e das florestas, tendo como intuito relembrar a importância das árvores e da floresta para o planeta. Apesar de ter sido estipulado o dia 21 de março, a sua celebração difere de país para país.

Numa viagem ao Algarve poderá encontrar diversas espécies de árvores, porém as de maior importância são: Laranjeira, Alfarrobeira, Oliveira, Amendoeira e Figueira. 

Laranjeira

A laranjeira é de origem asiática, tendo as primeiras plantações surgido na China e na Índia. Estas eram cultivadas para fins medicinais, sendo uma espécie de laranja amarga.

Ao contrário da laranja amarga, a laranja doce só apareceu na Europa, no século XVI, através dos portugueses que a traziam da China. Foi devido a este feito que as laranjas mais tarde começaram a ser apelidadas noutros países de “portuguesas”.

A laranja doce é cultivada há mais de cinco séculos no Algarve, e nos dias de hoje é considerada o segundo fruto mais produzido e exportado de Portugal, estando em primeiro lugar a maçã.

No século XVIII, em Portugal, mais concretamente no Algarve, as árvores de Natal eram decoradas com laranjas.

 

Em relação ao seu nome, a laranja é chamada na Grécia de “portulális”, na Turquia e Búlgária “portukal”, na Roménia “portocala”, na Itália “portogallo”, em alguns países de língua persa, como o Irão e o Afeganistão, a palavra “Portugal” significa “laranja” e existe ainda no Norte de África uma qualidade de laranjeira, que se chama “portugaise”.

Curiosidades: A laranja é rica em vitamina C, e os óleos essenciais extraídos das flores e do fruto, são utilizados na produção de perfumes.

Outra curiosidade é que 83% da produção nacional da laranja é feita no Algarve.

Alfarrobeira

A alfarrobeira é uma árvore de origem mediterrânea, que terá sido trazida pelos árabes para o Algarve, sendo estes os criadores do nome do seu fruto, tal como conhecemos hoje, a alfarroba. 

A alfarroba, do árabe al-karrub, significa “vargem da alfarrobeira”, porém também é conhecida como Pão de São João, devido a ter sido alimento a São João Baptista, na sua passagem pelo deserto.

A semente da alfarroba foi usada desde a época da Mesopotâmia como sendo uma unidade de peso para os materiais preciosos, como por exemplo os diamantes e o ouro, surgindo assim, a “arroba”. Há quem diga que esta semente também serviu para a mumificação no Antigo Egito, tendo sido encontradas algumas em túmulos.

O fruto em si pode ser usado na alimentação para o gado, como também para o ser humano, visto que em tempos de fome e de guerra, a farinha de trigo era escassa e por isso, era feita farinha de alfarroba para a produção do pão para o consumo da população, dado que a própria semente da alfarroba é rica em proteína.

Outra função da alfarroba, é que o óleo que é extraído da sua semente é usado, tanto para a indústria da cosmética (quanto mais hidratante for o creme, mais óleo da semente da alfarroba tem) como para a farmacêutica (dar forma aos comprimidos).

Curiosidades: Sabia que a alfarroba é o substituto do chocolate, naturalmente doce, esta dispensa o uso do açúcar na produção de produtos que tenham como base a sua semente, desde, tortas, comida para bebé e pudins. É também usada na produção de licores, xaropes e cerveja.

Outra curiosidade é que o Algarve produz 95% de todas as alfarrobas em Portugal, sendo que é considerado um dos maiores produtores de alfarrobas no mundo, estando depois de Espanha e Itália.

Oliveira

A sua origem não é concreta, mas presume-se que a oliveira tenha origem na zona oriental do Mediterrâneo, tendo sido descobertos fósseis das folhas da oliveira ao longo do Mediterrâneo. Estes correspondem aos períodos do Paleolítico e Neolítico, altura em que o Homem começou a aprender a extrair o azeite das azeitonas. No entanto, há quem diga que a sua origem provém da Síria ou da Palestina, devido a terem sido descobertos vestígios de lagares e fragmentos de vasos da Idade do Bronze, em ambos os países.

Apesar da sua existência corresponder aos períodos do Paleolítico e Neolítico, foram os gregos e os romanos que levaram a oliveira para toda a Europa mediterrânea, tendo sido estes dois povos os impulsionadores da criação do azeite, sendo este utilizado na alimentação, como combustível para a iluminação, na saúde e como produto para impermeabilizante de tecidos.

Com a sua expansão para muitos países da Europa, a oliveira começou a ser considerada parte do património desses países, existindo diversas qualidades de oliveira espalhadas pelo mundo inteiro, sendo consideradas árvores milenares. O único limite da sua expansão foi o frio, visto que esta não suporta temperaturas abaixo de 12ºC.

Em Portugal, mais concretamente no Algarve, a oliveira terá sido introduzida pelos fenícios através do Rio Guadiana por Castro Marim. Posteriormente, instalaram-se nesta região os romanos que contribuíram para o desenvolvimento da cultura da oliveira por todo o Algarve, sendo que o azeite produzido era mais tarde enviado para Roma, através dos portos de Faro, Tavira e Castro Marim.

Já os árabes introduziram inovações, relativamente às práticas culturais, adubação e novas formas de extração do azeite. Mais tarde, o azeite proveniente de Silves era enviado para o Norte de África.

Curiosidades: Em Portugal, existem dois exemplares das Oliveiras mais antigas do mundo, estando uma localizada no concelho de Loures (com cerca de 2850 anos) e outra no de Tavira (com cerca de 2000 anos).

No Algarve a variedade da oliveira mais presente é a Maçanilha Algarvia, e esta é produzida com uma dupla função, sendo utilizada tanto para a produção de azeite como para a azeitona de mesa.

Outra curiosidade é que a maior concentração da oliveira, ocorre no barrocal e na serra estando principalmente presente nos concelhos de Tavira, São Brás de Alportel, Loulé, Albufeira, Silves, Olhão, Castro Marim e Alcoutim.

Amendoeira

A amendoeira pertence à família das Rosáceas e é uma árvore que terá a sua origem na Ásia Menor e no Nordeste da África, sendo cultivada desde a Antiguidade ao redor do Mar Mediterrâneo. 

Esta foi introduzida pelos árabes em Portugal, estando muito presente no Alto Douro e no Algarve, sendo que a sua produção começou com a invasão muçulmana em 711. A amendoeira tornou-se parte da história portuguesa, de tal modo que é referida numa das lendas mais conhecidas que caracteriza o Algarve, a Lenda das Amendoeiras em Flor.

O nome do seu fruto, a amêndoa, provém do grego amygdále que mais tarde, através do latim, passou a ser designado de “prunus dulcis” que significa ameixa doce.

O Algarve, desde sempre que foi muito reconhecido pela sua amêndoa, o que originou a que atravessasse fronteiras desde os século XVI e XVII, principalmente para Inglaterra, porém esta também era exportada para outros países, como por exemplo a Bélgica, onde possuía um valor elevado na sua comercialização.

A amêndoa algarvia tem duas funcionalidades. Uma está relacionada à cosmética, dado que é possível extrair um óleo da amêndoa, que possui propriedades medicinais. A outra funcionalidade está relacionada à culinária, onde o miolo da amêndoa era utilizado na criação de doces convencionais, como o Doce Fino, o Dom Rodrigo e o Morgado de Amêndoa, sendo o primeiro associado à herança mourisca, visto que alguns doces provenientes do Norte de África, são muito semelhantes ao Doce Fino que apresenta formas de frutos e animais.

Curiosidade: Em comparação com as outras árvores de fruto a amendoeira é a única árvore que floresce no inverno, entre os finais de janeiro e inícios de março.

Figueira

A figueira surgiu no Neolítico, mais concretamente no Afeganistão, tendo mais tarde se difundido pela zona do Mar Mediterrâneo. Esta é considerada uma das primeiras árvores a ser cultivada pelo Homem.

Esta árvore, no século V, após a Queda do Império Romano espalhou-se pela Europa, tendo apenas chegado pela mão dos árabes a Portugal no século VIII.

Em Portugal, a figueira está muito presente no Algarve, sendo o seu fruto (o figo) considerado parte da dieta tradicional algarvia. Em 1708, pelas suas propriedades nutritivas, o figo do Algarve era exportado para alguns países, sendo estes a Holanda, Bélgica, França e Inglaterra.

Para além de ser exportado, o figo do Algarve também era utilizado no fabrico de compotas, bebidas alcoólicas (aguardente de figo) e na doçaria algarvia, tendo como exemplos, o queijo de figo, figos cheios e ainda estrelas de figo, podendo assim ser consumido tanto fresco, como seco.

Curiosidade: Existem cerca de 755 espécies de figueiras no mundo.

No Algarve, para as pessoas com espírito mais aventureiro, existem empresas que realizam passeios em todo o terreno de buggy e moto 4, nos quais passam no meio de laranjais e outras árvores de fruto. Para saber mais clique aqui

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